Há
algumas décadas tentou-se começar a fazê-lo, avançando do sul para o norte
dando prioridade à área do macrofúndio. Os métodos então usados eram
dispendiosos e morosos. Por isso, coberto cerca de um terço do País, faltou
ânimo – leia -se o dinheiro e o tempo – para avançar para a parte mais
difícil que é a do minifúndio em zonas de relevo acentuado.
E,
todavia, é nessa parte do território que os problemas ligados ao cadastro são
mais ingentes. Todas as operações ligadas ao ordenamento do território estão
dependentes de um conhecimento rigoroso da delimitação das propriedades: o
planeamento, o loteamento, as transacções…
Mas
também o estão o ordenamento e a exploração florestal, mormente em regiões onde
as matas são muito fraccionadas e onde se pode contemplar, como solução, a
dissociação entre a propriedade e a sua exploração, uma vez que não há meios
financeiros nem outros tipos de disponibilidade que se revelem necessários para
fazer emparcelamentos. Quando se
fala em exploração florestal, compreende -se que elas estejam ligadas à
conservação e à preservação dos recursos naturais, nomeadamente a protecção
contra incêndios.
Todas
as questões fiscais respeitantes à propriedade fundiária e à sua transmissão
repousam na correcção da delimitação dos terrenos. Na sua ausência, podem ser
cometidos lapsos ou injustiças que, obviamente se impõe evitar. Os domínios da
nossa vida colectiva que dependem de um conhecimento rigoroso dos limites
fundiários são numerosos e variados. Mas a ambição de levar a cabo um cadastro
digno de confiança esbarravam sempre na falta de dinheiro e de tempo.
Mas
actualmente e com o evoluir da tecnologia dispomos de meios que nos permitem
fazer o cadastro com precisão adequada dentro das possibilidades das Juntas de
freguesia e das comissões de Baldios.
Sabemos
que não é um trabalho para ser executado em um ou dois anos, mas contamos que
com a brevidade possível, seja efetuado pelas Juntas e comissões de Baldios.
Para ter a noção real do seu património Rústico e assim facilitar equívocos
futuros e promover o investimento e a protecção nos seus bens.
Tendo
este trabalho de fundo feito, podemos abrir portas ao arrendamento rural a
jovens agricultores e agricultores já de longa data para poderem, além de
retirar o seu sustento, promoverem a limpeza e cuidado para com as mesmas
parcelas.
Posto
tudo isto, a plataforma “Ferreira de Aves para Todos” irá propor a Junta de
Freguesia de Ferreira de Aves, que com a maior brevidade possível se iniciem os
trabalhos no sentido de promover o cadastro real do seu património rústico.
Ricardo
Joel Santos
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